Torneios Regionais: Treinos Oficiais para o Paulista

21/10/2013 12:17

Piscina da Hebraica: velocidade máxima em Torneio Regional!
A contagem regressiva para o CAMPEONATO PAULISTA JÚNIOR E SÊNIOR DE VERÃO - XV TROFÉU ALBERTO MARTIN PEREZ continua correndo. E é sempre interessante encontrar os nadadores que lá estarão nos Torneios Regionais, que, comparando com as principais competições do automobilismo, são uma espécie de "treinos oficiais" para quem disputará a competição, já que buscam sempre melhorarem seus tempos para os futuros balizamentos. E, para os novos nadadores das categorias inferiores, são como "treinos livres", para conhecer melhor o carro e a pista, ou seja, a raia e a piscina.

Neste mês de Outubro, tivemos dois importantes Torneios para as categorias Infantil a Sênior: um em Santos, na piscina da Unisanta (dia 5), e outro na capital dos Paulistas, no parque aquático d'A Hebraica (sábado último, dia 19). O primeiro contou com feras do Corinthians, do SESI e da própria Unisanta; o segundo, do Pinheiros, do Paineiras, da própria Hebraica e, novamente, Corinthians e SESI.

Segundo me disse um dia um dos técnicos da Unisanta, Alex Paes, os torneios regionais servem, além de "treinos de luxo" e de revelações de talentos, para ver a quantas vão os nadadores nas categorias as quais eles não estão acostumados. Ou seja, os "pilotos", ou seja, os nadadores, que, por exemplo, guiam uma Ferrari, podem ter a chance de guiar uma Chip Ganassi, e algumas vezes eles não fazem feio.

No de Santos, Leonardo de Deus, uma espécie de Scott Dixon da nossa natação, veterano, mas com muitos títulos, conseguiu guiar seu Corinthians para ótimos resultados, mesmo sendo um torneio sem premiação. No autódromo, ops, piscina da Unisanta, ele teve um bom desempenho até nos 400 borboleta, o que seria seu grande desafio: a expectativa foi grande nos "paddocks" e nas arquibancadas, e, quando Léo "recebeu a bandeirada", a galera foi ao delírio. Imaginem o momento ao som do inesquecível tema da vitória da Fórmula 1, do grande Eduardo Souto Neto, ou do não menos marcante tema da vitória da Indy, de Marcus Viana, que embalou transmissões da Manchete e do SBT: o tempo de 4m20s74 arrancou aplausos de pé dos tifosi que lotaram a Unisanta.

No de São Paulo, a "Scuderia Pinheiros", o "Corinthians Teamão" e o "Team Paineiras" também não fizeram feio na pista, ops, piscina da Hebraica (que fica perto do mesmo trilho que leva ao Autódromo de Interlagos). Mandando seus pilotos de teste e seus melhores, se aqueceu bem para o Grande Prêmio que será disputado nas piscinas do Parque Aquático Mário Cardoso Xavier (o eterno Léo Batista das águas). No infantil, por exemplo, vimos quem poderia ser um futuro Ayrton Senna, ops, César Cielo: os 100 m livre foram vencidos, respectivamente no feminino e no masculino, por Gabriela Landim (1m02s83, tempo melhor que o de balizamento) e Luiz Gustavo Borges (1m04s86), que já tem um nome que remete a alguém que pode ter sido um Emerson Fittipaldi das águas brasileiras: Gustavo Borges levou nossa natação a grandes patamares e já foi Campeão Mundial. Assim, é só Luiz melhorar mais seus tempos que ele pode chegar lá.

Mas os pilotos, epa, nadadores das categorias principais também aceleraram. Entre as Danica Patrick das águas, podemos destacar: nos 100 e 200 m costas, Aline Saporito fez, respectivamente, 1m06s49 e 2m24s83 e mostrou porque pode ser um nome a surpreender nas chicanes aquáticas corintianas; nos 50 e 200 livre feminino, Larissa Martins Oliveira fez, também respectivamente, 26s33 e 2m07s77 e é apontada como possível Pole Position (comparando assim a nobre Raia 4) nestas provas do Paulista; e nos 100 peito, as melhores Ana Carla Carvalho, veterana e em grande forma como Fernando Alonso, venceu, com Beatriz Travalon, jovem e campeã como Sebastian Vettel e Cecília Zuppo Zacarelli, animada, divertida e sempre em busca do melhor resultado, tal qual James Hinchcliffe, completando o pódio; esta pode ser a grande disputa do Albertão. E dentre os homens: Brandonn Perry mandou muito nos 200 borboleta: é outro nome que pode cruzar a reta, epa, piscina final na frente; Fábio Santi venceu Daniel Orzechowski nos 100 costas, como se fosse um Takuma Sato vencendo Tony Kanaan (isso quase aconteceu na Indy 500 de 2012), e Felipe Monni faturou os 200 peito e, como Felipe Nasr, também pode sair de promessa para virar realidade.

Finalmente, podemos destacar que, apesar da grande rivalidade que vemos nas competições oficiais, essa "brincadeira" (como assim os nadadores se referem) sempre termina em amizade e cordialidade entre os atletas. Coisa que falta muito na Fórmula 1 de hoje em dia, mas que se percebe de sobra na Indy, e que é importante na nossa natação e nos outros esportes: rivalidade e amizade podem andar juntas.

Passados os warm-ups, vale a pena esperar o dia 15 de Novembro para descobrirmos quem vai ganhar a bandeirada final nas provas do Albertão, se os pilotos aqueceram bem seus motores e que estratégias os chefes de equipe, epa, técnicos, lhes apresentarão, e, enfim, no início da tarde do dia 17, saberemos que time "não perde mais".

FLÁVIO BARBOSA (em homenagem a Téo José e Jackson Lincoln Lopes)