BRASILEIRO E OPEN: Soberana Maranhão e Rainha Etiene

19/12/2014 19:12

Desde o início, eu achava que a decisão de Joanna Maranhão de ter se aposentado foi prematura demais. Ela é a melhor nadadora de medley do Brasil e pode nos dar muitas alegrias no caminho para 2016. Não foi diferente hoje, no Botafogo do Rio: vitoriosa que foi nos 200 metros medley no CAMPEONATO BRASILEIRO SÊNIOR - TROFÉU DALTELY GUIMARÃES (com 2:14.03) e no OPEN CBDA/CORREIOS (com 2:13.40), suficiente para duas vezes superar os 2:l4.26 do índice desta prova. Ela simplesmente dominou as provas e deixou as concorrentes disputando o segundo lugar. Aliás, segundo lugar que ficou, no Daltely, com Fernanda Carobino (Unisanta - 2:20.79), e com a Iron Baby Gabrielle Roncatto (Pinheiros - 2:17.05) no Open. Aliás, mais um índice da santista para o MUNDIAL JÚNIOR de Singapura, em Setembro. Sem dúvida, a veterana e a menina fofa vão ser muito faladas por aqui em 2015.

Agora, a melhor nadadora feminina do Brasil chama-se Etiene Pires Medeiros (SESI). Hoje ela, no OPEN, simplesmente mostrou que o mundo deve cair aos seus pés em 2015. Nos 50 costas, prova da qual é campeã e recordista mundial em piscina curta, ela quase chegou perto de repetir o feito na piscina longa com 27.37 (o recorde, de 27.06, é de Jing Zaho), melhor tempo do mundo em 2014, e carimba mais uma vaga para Kazan. O índice era 27.61. Empolgada, ela falou ao SporTV que "depois que contei com a ajuda da minha psicóloga, liguei o f...-se". Assim mesmo. Mas ela pode. "Não é impossível chegar ao recorde mundial, e acredito que será uma honra bater o recorde mundial aqui como o Cielo", completou.

Aliás, mais uma chuva de recordes e índices caiu na Mais Bela Piscina do Mundo, apesar do tempo bom: nos 100 livre masculino, todos esperavam por Matheus Santana (Unisanta) ou Marcelo Chierighini (Pinheiros/Auburn), mas quem vai para Kazan é Bruno Fratus (Pinheiros/Auburn), que de manhã fez 48.57, abaixo do índice de 48.99. Infelizmente à tarde, mesmo com a vitória, Chierighini não conseguiu a vaga por agora, com 49.07. Mas ele seguiu a teoria do Paulo Vanzolini: levantou, sacudiu a poeira e deu a volta por cima: "estou triste, mas motivado. Ainda vou tentar mais competições". Também assim pensa Daniel Orzechowskl (Pinheiros), que poderia ter coroado seu ano de recuperação com um índice para Kazan nos 50 costas masculino. Não deu, porque ele fez 25.02 e o índice é 24.66. Perdoável. O ano dele não foi para ser lembrado, já que ele teve apendicite e fez cirurgia no ombro. "Não fiquei triste, mas vou tentar correr atrás no Maria Lenk". Nos 100 livre delas, Larissa Martins Oliveira (Pinheiros), mineira que é, comeu pelas beiradas, com muita cautela. O índice é 54.43. O Recorde Sul-Americano, de Tatiana Lemos, era 54.72. Ela optou por correr atrás do recorde, e conseguiu: 54.61. "Treino um passo de cada vez. Meu objetivo no Open era o recorde. O índice vou deixar para o Maria Lenk. Então, estou satisfeita", comemorou.

Entretanto, mais gente vai para Kazan: nos 200 peito, Thiago Simon (Corinthians), após um péssimo 400 medley, com desclassificação e tudo mais, ganhou forças para carimbar seu passaporte para o Mundial com 2:10.58, melhor tempo continental sem trajes e novo RC. "Não fui bem nos 400 medley, então resolvi correr atrás e com a força da torcida consegui esse tempo". Já nos 200 medley masculino, dois carimbam seu passaporte: Thiago Pereira (SESI/Florida) era fava contada, visto que já de manhã fizera 2:00.12 e de tarde fez 1:57.23, quinto tempo do mundo na temporada. Mas a novidade foi Henrique Rodrigues (Pinheiros), que, após um ano cheio de operações, voou para fazer 1:59.89 e carimbar seu passaporte, já que o índice era 2:00.28. "Estou recuperado totalmente da artroscopia, e agora saí daqui com o índice para o Mundial e era tudo o que eu queria. Não esperava nenhum resultado espetacular. O índice veio e agora é focar no Mundial e nas Olimpíadas do Rio de Janeiro. Devagar e sempre", falou. Finalizando, pela manhã, Leonardo de Deus (Corinthians) fez história garantindo o primeiro índice de um nadador brasileiro em provas de fundo, após um dia de decepção com o não-índice nos 200 costas: nos 400 livre, ficou 7 centésimos abaixo dos 3:50.44. É assim que tem que ser! Se já temos bons velocistas, temos de ter bons fundistas. No feminino, vitória de Jéssica Cavalheiro (SESI), com 4:21.77, pela manhã, e de Bruna Primati (SESI), com 4:14.90, seu segundo melhor tempo, pela tarde.

Vamos aos placares:

BRASILEIRO SÊNIOR

OPEN

Amanhã, só teremos os 200 borboleta, 50 livre (com ELE), 100 peito, 1500 livre delas, 800 livre deles e os 4 x 100 medley. Uma disputa entre Pinheiros e Minas, que só termina amanhã. Um fecho de ouro para mais um evento espetacular.

FLÁVIO MEDINA (mudei o sobrenome só por esta matéria em homenagem ao nosso campeão de surfe! - informações do Best Swimming, do Blog da Swim Brasil, da CBDA e fotos de Satiro Sodré)